De todas as formas para explicar o mundo, Carolina escolheu os números. Hoje, no quarto da casa em Itu, no interior de São Paulo, uma janela aberta para onde muitos querem está, mas poucos conseguem entrar. 

Aos 17 anos Carolina Moura foi aprovada no Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos EUA, considerado uns dos melhores do mundo.

Não foi fácil. Do gosto pela lógica vieram as olimpíadas de matemática e informática. Carol disputou e venceu várias. Mas queria ir além. Foi morar em São Paulo para estudar em uma escola que incentiva olimpíadas científicas. 

Vieram então as medalhas, que foram decisivas para a aprovação no MIT. Duas vezes bronze na olimpíada mundial de informática promovida pela Unesco. Carolina foi a primeira mulher brasileira a participar de uma olimpíada internacional de informática com mais de 30 anos de edições. 

Nessa mesma olimpíada, de cada 100 competidores, menos de 5% são mulheres. Num mundo de números exatos, eles não mentem: ainda é mais difícil para elas. A biomédica Helena Nader acaba de ser eleita a primeira mulher na histórica da academia brasileira de ciências em mais de 100 anos. E assim elas abrem caminhos. 

Enquanto reúne os recursos necessários para a faculdade nos Estados Unidos, Carolina ajuda outras meninas que também buscam respostas entre códigos e algoritmos.