Câmeras em uniformes reduziram em 40% a letalidade da polícia de São Paulo

Em São Paulo, para cada mil presos, no ano passado, houve menos de duas mortes. No Rio de Janeiro, foram mais de 33, quase 20 vezes mais.

Por Fernando David

A adoção de câmeras nos uniformes de policiais militares fez a letalidade dos agentes cair quase 40% em 2022, na comparação com o ano anterior. 

Com a câmera no uniforme, o PM é incentivado a seguir os protocolos e agir com transparência e sem transgressões. Mas, apesar dos bons resultados em São Paulo, no Rio de Janeiro, o governo resiste à ideia.

A PM fluminense diz que há, sim, câmeras em uso, só que, ao contrário de São Paulo, elas não estão presentes nas unidades de elite nem nos batalhões com os maiores índices de letalidade.

No ano passado, o estado recorreu de uma decisão do Supremo que determinou um cronograma para a instalação das câmeras nesses batalhões e unidades.

Letalidade da Polícia do Rio de Janeiro é 20 vezes maior que a de São Paulo

O Rio de Janeiro é o estado com mais registros de mortes em intervenções policiais no país. Um levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública do estado e pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo apontou a polícia fluminense tem um índice de letalidade quase 20 vezes maior do que a do estado vizinho de São Paulo.

Em 2022, no Rio, foram 39 mil presos e 1,3 mil mortos pela polícia. Já São Paulo, que teve quatro vezes mais presos, registrou um quinto das mortes.

Ou seja, para cada mil presos, menos de duas mortes em São Paulo e mais de 22 no Rio. Quase 20 vezes mais.

Uma das explicações para essa discrepância são os confrontos sangrentos provocados pelo uso frequente de fuzis pelas facções do Rio. Neste ano, 141 já foram apreendidos no estado. Em São Paulo, foram 26.

Mais notícias

Carregar mais