Ouvidos pela Band, delegados da Polícia Federal (PF) afirmam que o tenente-coronel Mauro Cid está em fase de pré-delação premiada sobre o caso das joias. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e o pai, o general Mauro Lourena Cid, estão na mira de investigações sobre a venda presentes dados por governos estrangeiros ao Brasil.
Nesta sexta-feira (1º), o advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa de Cid, afirmou que o militar não faz denúncias contra o Bolsonaro. Em outra ocasião, o jurista disse que o cliente apenas cumpria ordens e responsabilizaria o ex-presidente sobre o caso.
“O Cid assumiu tudo. Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação em corrupção, envolvimento, suspeito de Bolsonaro”, disse o advogado um dia após depoimento de Cid.
Imóveis milionários
Num condomínio, em Miami, uma casa. Na Califórnia, uma mansão com cinco quartos e cinco banheiros. Os imóveis, avaliados em mais de 2,3 milhões dólares, cerca de R$ 11 milhões, estão registrados no nome de um fundo da família Cid, investigada pelo FBI, a pedido da Polícia Federal brasileira.
Os termos da colaboração já estão fechados. A PF pediu ajuda para saber como os imóveis foram comprados, se houve pagamentos em dinheiro e de onde os recursos vieram. A suspeita é de que parte das casas tenha sido paga com o esquema de venda das joias presenteadas por governos estrangeiros ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Depoimento de 10 horas
Na última quinta-feira (31), em depoimento de mais de 10 horas à PF, o tenente-coronel Mauro Cid se limitou a dizer que as casas são do irmão. Fontes revelaram à Band que o militar apresentou informações que interessam no caso das joias e outros temas sob investigação.
Por outro lado, Cid ainda precisa provar o que disse. O mesmo foi oferecido ao pai dele e ao assessor Osmar Crivelatti, subtenente que assessora Bolsonaro, que admitiu ter retirado o relógio Rolex cravejado de diamantes do acervo do ex-presidente. A peça teria sido vendida pelo tenente-coronel nos Estados Unidos.
Delegados apuram se Bolsonaro sabia das negociações. O ex-presidente nega. Na PF, junto com a ex-primeira-dama Michelle, ficou em silêncio.