Chefe da Abin pode cair se investigação apontar erro, indicam fontes do Planalto

Em meio a investigações da PF sobre espionagem ilegal da PF, Lula trocou o número 2 da Abin e outros quatro chefes de departamentos

Da redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu fazer uma dança das cadeiras na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), depois de ouvir os auxiliares mais próximos, como os ministros Rui Costa e Alexandre Padilha. Além de Alessandro Moretti, ex-número 2 do órgão exonerado na última terça-feira (30), outros quatro chefes de departamentos foram afastados.

O novo diretor-adjunto é Marco Cepik, que atuava como diretor da Escola de Inteligência. Ele foi um dos autores da proposta que tirou a Abin do guarda-chuva do Gabinete De Segurança Institucional (GSI) para transferi-la para a Casa Civil. Lula ainda nomeou novos sete diretores, todos servidores de carreira da agência.

Moretti divulgou uma nota em que disse que todo material coletado e produzido pela Abin sobre o uso do equipamento espião na gestão de Jair Bolsonaro (PL) foi entregue à Policia Federal. Também disse que grande parte das informações que constam no inquérito são fruto do trabalho da agência.

O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi mantido no cargo por Lula, pelo menos por enquanto. Ele aparece no inquérito da PF que apura a chamada “Abin paralela”. Fontes do Palácio do Planalto afirmam que também será exonerado, se as investigações avançarem e for comprovado que ele errou.

Resposta da oposição

Senadores da oposição se reuniram com Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional. Eles alegam perseguição da PF a nomes ligados a Bolsonaro. Investigações apontam a participação de filhos do ex-presidente na “Abin paralela”. Um deles, o senador Flavio Bolsonaro (PL), esteve no encontro, onde explicou por que não voltou para casa, em Angra dos Reis, no dia da operação da operação policial.

“Eu não voltei porque estava em um jet ski, que não era meu. Tive que devolver e, depois, fui para um almoço. Depois do almoço, voltei. Ninguém está escondendo prova. Ninguém tem medo de ser investigado. Nós não queremos sacanagem. Nós não queremos perseguição”, disparou Flávio.

Dino nega ação política

No último dia como ministro da Justiça, Flávio Dino negou uso político da PF, subordinada à pasta.

"A Polícia Federal não pode ser acusada porque não inventa investigação. As investigações nascem de indícios. E o que a PF vai fazer? Fingir que não viu?", pontuou Dino.

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