Chuvas castigam o Rio de Janeiro e causam deslizamentos em Angra e Paraty

Pelo menos 14 pessoas morreram desde o início das chuvas e 9 estão desparecidas

Por Mariana Procópio

As fortes chuvas que atingiram as cidades de Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, deixaram ao menos 14 pessoas mortas e 9 desaparecidas.

Moradores e homens da Defesa Civil retiraram o corpo de uma menina de quatro anos que morreu soterrada na cidade de Angra dos Reis. A cena se repetiu ao longo do dia no bairro Monsuaba, o mais atingido pelo temporal que castigou a região durante a madrugada.

Um deslizamento de terra soterrou pelo menos quatro casas. Até o início da noite deste sábado, cinco corpos foram encontrados: três de crianças com idades entre 4 e 11 anos. Ainda há pelo menos seis pessoas desaparecidas.

“O volume de chuva que atingiu a Costa Verde no Rio de Janeiro foi histórico. Em Angra dos Reis, foram 548 milímetros em 24 horas. Quase quatro vezes mais o esperado para todo o mês de abril. Toda a região, que é conhecida pela beleza natural, foi muito castigada.

Em Paraty, a praia de Ponta Negra foi atingida por um deslizamento que tingiu o mar e soterrou uma família inteira. A mãe e cinco filhos, com idade entre 2 e 17 anos, morreram. Apenas uma criança da família sobreviveu.

Capital

Na Baixada Fluminense, também choveu em poucas horas muito mais que o esperado para todo o mês. Em Mesquita, um homem morreu ao tentar ajudar uma pessoa ilhada.

O vídeo mostra o momento em que um motociclista tenta socorrer um homem que foi eletrocutado ao encostar em um poste. Daniel Ribeiro, de 38 anos, tentava salvar uma pessoa quando levou a descarga elétrica e não resistiu.

Foi em Mesquita, cidade da Baixada Fluminense, onde carros foram arrastados pela enchente. Até um foodtruck foi levado pela correnteza.

Nem as unidades de saúde escaparam. No Hospital Estadual Dr Ricardo Cruz, inaugurado há um ano, a água tomou os corredores e até o CTI. Por sorte, nenhum paciente foi afetado. Já no Hospital da Posse, maior emergência da Baixada Fluminense, houve infiltrações nas salas de tratamento intensivo. 13 pacientes foram transferidos para os setores de pós-operatório.

A água também invadiu a universidade Unigranrio. Desesperadas, as pessoas colocaram cadeiras enfileiradas para tentar sair.

Em Nova Iguaçu, em quatro horas, choveu 166 milímetros, o que equivale a 175% da média de chuva para o mês de abril. A Prefeitura da cidade montou um gabinete de crise para tomar as providências necessárias para os efeitos do temporal.

Mais de 50 sirenes foram acionadas pela Defesa Civil. Pelo menos 17 pessoas estão desalojadas. 

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