Protestos contra o projeto que equipara o aborto a crime de homicídio ganham força em todo o Brasil. Pelo terceiro dia seguido, manifestantes foram às ruas para defender o direito ao aborto legal neste sábado (15).
Em São Paulo, parte da Avenida Paulista voltou a ser ocupada, na altura do Masp. Com cartazes e faixas, manifestantes pediram a derrubada do projeto na Câmara. “Esse PL tira a mulher, a criança, as pessoas que gestam do lugar de vítima e coloca no banco dos réus. Isso não pode acontecer”, afirmou Rebeca Meyer, coordenadora estadual do movimento juntas e da frente estadual pela legalização do aborto.
Vítima de estupro na infância, a neuropsicóloga Gleyciane fez questão de participar do ato. “Eu já passei por abuso, assim como outras pessoas da minha família e a gente não foi ouvida. Por esse motivo eu estou aqui”, afirmou.
O ato contou com mulheres e homens, além de muitas famílias com filhos.O objetivo é pressionar os deputados a arquivarem o texto que criminaliza mulheres, crianças e adolescentes que fizerem aborto depois de 22 semanas, inclusive as vítimas de estupro.
O bancário Fernando Russo, pai da Helena, de 5 anos, foi um dos homens no protesto. “É um desrespeito a todas as liberdades. Não sei o que passa cabeça de quem faz um negócio desse e quem apoia isso”, disse Fernando.
Além de São Paulo, vários atos foram registrados em outras cidades do país neste sábado Moradores de Fortaleza saíram em passeata logo pela manhã. Em João Pessoa, o protesto aconteceu no Centro. Em Ribeirão Preto, no interior paulista, manifestantes seguiram em uma caminhada.
Desde quinta-feira (13), brasileiros têm reagido contra a proposta da Câmara, que aprovou a urgência para votar o texto em plenário sem debate em comissões e com a sociedade.