Cisjordânia acusa Netanyahu de expulsar civis para novas ocupações de judeus na região

Autoridades palestinas denunciam que várias pessoas foram detidas arbitrariamente

Felipe Kieling

Com o cessar-fogo em Gaza, Israel intensifica operações militares em outro território palestino: a Cisjordânia. Líderes locais acusam o governo do premiê Benjamin Netanyahu de expulsar os civis para fazer novos assentamentos de judeus nas regiões. 

A ofensiva que começou na terça-feira deixou ao menos 14 mortos, mais de 50 feridos e dezenas de presos. Autoridades palestinas denunciam que várias pessoas foram detidas arbitrariamente.

A Cisjordânia ocupada é controlada pela Autoridade Palestina, e não pelo Hamas. No entanto, Israel alega que o foco da ofensiva é o campo de refugiados de Jenin, onde estariam membros do Hamas e da Jihad Islâmica. 

Por outro lado, autoridades locais afirmam que o objetivo israelense é expulsar os palestinos da região, o que abriria caminho para novos assentamentos judeus. Os ataques por parte dos colonos também aumentaram, com casas e carros de famílias palestinas incendiados. Mais de 700 mil judeus vivem em áreas consideradas ilegais pela ONU. 

Já em Gaza, as poucas mesquitas que ficaram de pé durante a guerra estavam lotadas nesta sexta-feira (24), dia sagrado para os muçulmanos. O cessar-fogo segue em vigor, mas os desafios humanitários são gigantescos.

Neste sábado (25), acontece mais uma etapa importante desse acordo entre Israel e Hamas: a liberação de mais reféns em troca de prisioneiros palestinos. Serão quatro mulheres, com idades entre 19 e 20 anos, mas a imprensa israelense acusa o Hamas de violar o acordo. 

As mulheres são militares e a primeira fase do cessar-fogo determina que apenas civis sejam libertadas. Do outro lado, Israel deve soltar quase 200 detentos palestinos. 

Mas um outro acordo de trégua pode não ser cumprido. Israel quer mais tempo para tirar seus soldados do sul do Líbano. Pelo cessar-fogo com o Hezbollah, que começou em 27 de novembro, as tropas deveriam sair da região até este domingo (26).

O governo de Benjamin Netanyahu diz que aguarda o exército libanês se posicionar no sul do país para aplicar o acordo. 

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