Como incluir autistas? Estádio e parque de diversões têm iniciativas exemplares

Incluir autistas em ambientes diversos depende dos esforços de todos nós enquanto indivíduos e sociedade, mostra reportagem do Jornal da Band

Da redação

Como diminuir as limitações e aumentar a inclusão dos autistas? A pergunta ecoa nesta reportagem da série especial sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), exibida no Jornal da Band deste sábado. Pacientes, familiares e especialistas ajudam a entender respostas de como todos nós podemos contribuir.

“Eu acho que o segredo é empatia, realmente. Entender e procurar se colocar no lugar do outro e respeitar que ele tem um comportamento diferenciado e que isso pode acontecer. Na verdade, nenhum de nós somos iguais”, comentou a fonoaudióloga Marília Macêdo.

Quem tem uma deficiência, seja qual for, tem urgência em ser incluído. A vida acontece agora e em todos os espaços da vida. Sendo assim, o lugar do autista é exatamente onde ele quiser. O pequeno Lucas Nascimento, por exemplo, mostrou que encara muito bem os desafios, apesar do autismo.

Eu já nasci preparado. Eu estou pronto para esse desafio (Lucas Nascimento, 12 anos)

Parque de diversões faz adaptações

E o desafio, para toda a humanidade, é justamente mostrar a importância de incluir. Luzes fortes, som alto, muita gente... Tudo isso pode sobrecarregar um autista e provocar crises. É o que ocorre com Lucas ao reclamar do barulho.

Para incluir crianças como o Lucas, o parque fez adaptações. Entre elas, abafadores de ruído, réguas em cada brinquedo que alertam sobre os estímulos e uma sala do silêncio. A luz é um pouco mais baixa.

Pioneirismo em estádio de futebol

Na arena do Corinthians, a “Sala TEA” é uma iniciativa pioneira para incluir autistas num estádio de futebol brasileiro. Por conta disso, a presença das torcedoras Daniela Oliveira e da filha Heloísa se tornou mais comum. 

“É uma sala em que ela consegue assistir ao jogo. Eu consigo assistir ao jogo, sem me preocupar com o estímulo do barulho, que ela não gosta, não suporta”, disse Daniela.

O goleiro Cássio Ramos, ídolo do Corinthians, sabe bem o peso da representatividade como forma de dar visibilidade à causa. No centro de treinamento do clube, o atleta relembrou-se de quando recebeu o diagnóstico de autismo da filha, a pequena Maria.

Minha força vem das arquibancadas e da minha casa. Em casa, eu tenho a Maria. Minha gigantinha mudou minha vida quando chegou. Pelo Corinthians, sempre. Pelos autistas, sempre (goleiro Cássio)

Desconstrução da sociedade

Na celebração dos 700 jogos pelo Corinthians, Cássio vestiu a camisa de uma causa que desconhecia até ter, nos braços, a filha autista. Na entrevista à Band, desabafou sobre os desafios, principalmente por parte da sociedade, por ignorância ou preconceito.

“Só quem vive e tem dentro de casa sabe da luta, do trabalho. Quantas vezes a gente passa por momentos constrangedores pela sociedade não entender, não conhecer e, muitas vezes, por ignorância mesmo sobre as crianças que têm autismo”, analisou o goleiro do Timão.

Diante do enorme mosaico das diferenças, os autistas clamam por um mundo ideal e até fácil de construir, se cada um de nós fizermos a nossa parte. O desejo é por um mundo sem preconceitos.

Outras reportagens

Ao longo da semana, o Jornal da Band exibiu outras reportagens da série especial “Ser Autista”. Veja abaixo!

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