Como o infarto do campeão Tande serve de aprendizado contra problemas no coração

Em entrevista ao Jornal da Band após infarto que quase o levou à morte, o atleta Tande deu conselhos quanto à prevenção de doenças cardiovasculares

Da redação

Quem não se lembra do Tande e do time que deixava o país com o coração na mão a cada jogo de vôlei? Pois foi justamente o coração que deu um baita susto no campeão olímpico. Em abril deste ano, aos 54 anos, o atleta sofreu um infarto e correu risco de morrer.

“Você vê que a tua vida está ali e, em um segundo, muda. Eu entrei andando no hospital e, daqui a pouco, eu estou operando de um infarto, sem falar com as pessoas que mais amo, que são os meus filhos. Mexe muito. Quem passa por um problema de saúde, quem vê a morte do lado, que eu não tinha visto até então, muda muito”, relembrou Tande em entrevista ao Jornal da Band.

Tande, que teve 98% de obstrução numa das artérias do coração, tem casos na família de problemas cardíacos. O avô morreu de infarto. Um tio também, aos 48 anos, enquanto jogava futebol. Era atleta de final de semana.

Por isso, é importante que as pessoas se cuidem, que fiquem atentas, que façam check-up (Tande, campeão olímpico vítima de infarto)

Como identificar um infarto?

Em meio ao conselho do atleta quanto aos exames preventivos e demais cuidados, a pergunta que fica é: como a pessoa consegue saber se um mal-estar se trata de infarto? Quem responde é a cardiologista Jaqueline Scholz, do Instituto do Coração (Incor).

“Se você tem um desconforto no peito que irradia para as costas, que sobe e desce, está queimando, ou irradia para a mandíbula, vem com falta de ar, você não tem que tirar suas próprias conclusões. É errado fazer isso porque cabe ao indivíduo procurar uma assistência médica para fazer uma avaliação. O infarto dá avisos, mensagens antes, de fato, de ele acontecer”, explicou a médica.

O risco do estresse

O mesmo aconteceu com a professora Iris Galletti. Em 2008, aos 49 anos, quando dava aula de física, quase morreu por conta de um infarto.

“Eu tive uma dor. Parecia que eu tinha engolido errado. Resolvi ir ao hospital. Quando cheguei ao Oswaldo Cruz, enfartei lá dentro. Praticamente, perdi o ventrículo esquerdo”, disse Iris.

Na entrevista ao Jornal da Band, Iris contou que, no caso dela, o infarto tem a ver com o estresse. Por isso, mudou de vida e dá aulas num ateliê de artesanato.

Só quando eu aprendi a baixar esse estresse, mesmo, a melhora ficou estabilizada e o cuidado constante. Isso é importante. Se não, a gente relaxa. Não pode (professora Ires, vítima de infarto)

R$ 3,5 bilhões em tratamentos e cirurgias no Brasil

Entre 2020 e 2022, no Brasil, foram gastos quase R$ 3,5 bilhões em tratamentos e cirurgias. As doenças cardiovasculares causaram 38% das mortes na faixa etária produtiva, de 18 a 65 anos.

“Todo mundo sabe que coração, quando adoece, costuma ser sério. Então, se prevenir é melhor que remediar. Isso, no coração, é a verdade total”, alertou o médico Fábio Jatene, líder do setor de cardiologia do Hospital do Coração (HCor).

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