A milícia tem lucrado cada vez mais com construções irregulares no Rio. Tem prédio que chega a valer R$ 4 milhões. 

Os 37 apartamentos de um edifício, incluindo coberturas duplex, foram vendidos por R$ 120 mil a unidade. A construção, paralisada em dezembro pela polícia em uma área dominada pela milícia, é mais uma prova da expansão dos grupos paramilitares no mercado imobiliário. 
 
“Ela atua com três finalidades: para lavagem de dinheiro, aumentar a renda e o poder financeiro da organização criminosa, e a terceira finalidade, uma vez que eles colocam famílias para morar nesses imóveis, eles conseguem mais clientes para seus serviços clandestinos”, explica o delegado Mário Andrade. 

Assim como as favelas dominadas pelo tráfico, as áreas controladas pela milícia no Rio de Janeiro estão à margem do estado. Nesses ambientes, não há fiscalização do poder público e as construções irregulares se multiplicam. 

Como o imóvel que desabou na última quinta-feira (3), matando um homem e a filha, de 2 anos. O prédio foi construído pelo avô da criança, em Rio das Pedras, mesma região onde há dois anos, outros dois imóveis desabaram matando 24 pessoas. 

O Crea (Conselho Regional de Engenharia), prepara uma nota técnica para a prefeitura do Rio alertando para fragilidade do terreno naquela área e para o risco de novos desabamentos. Pede também que a prefeitura impeça outras construções, já que o próprio conselho reconhece que não tem como fazer a fiscalização.