Jornal da Band

Conversas entre traficantes levantam suspeita de desvio de drogas por policiais

Mensagens obtidas pelo Jornal da Band mostram como traficantes organizavam envio da droga para o exterior e queixas sobre agentes

Por Rodrigo Hidalgo

O Jornal da Band teve acesso a uma negociação de traficantes do PCC, pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, que estavam planejando enviar uma grande quantidade de cocaína à Europa pelo porto de Santos, no litoral de São Paulo.

A carga total que seria enviada tinha 1.040 quilos de cocaína. Na Europa, o entorpecente seria vendido pelo equivalente a R$ 200 milhões.

As mensagens obtidas pela reportagem do Jornal da Band mostram como o PCC consegue enviar muita cocaína para o exterior no meio de cargas de exportação.

Nas conversas, os traficantes da facção criminosa falam sobre como esconder uma tonelada de droga no meio de 52 sacas de açúcar. No entanto, um imprevisto atrapalhou toda a operação criminosa: a greve dos caminhoneiros.

Na operação, o chefe do PCC envia uma foto de uma carga escaneada de açúcar como exemplo do que chama atenção dos fiscais. O esquema conta com a ajuda de prestadores de serviço corruptos que atuam no porto. 

O plano dos criminosos dá errado quando a Polícia Civil localiza o caminhão com cocaína. Três homens contratados para movimentar a carga acabaram presos, mas nada aconteceu com os líderes do tráfico.

Nas mensagens obtidas pela reportagem, é possível observar que os criminosos se surpreendem e demonstram revolta quando têm acesso as imagens da apreensão oficial da polícia de uma quantidade bem menor da droga.

Os policiais envolvidos na apreensão são investigados pelo Ministério Público e alguns chegaram a ser presos por suspeita de atuar no tráfico internacional de drogas, como o Jornal da Band revelou com exclusividade há duas semanas. Eles foram afastados. 

O então diretor do departamento de investigações criminais foi substituído, mas o comando da corporação diz que a troca não tem relação com a denúncia contra os policiais subordinados à ele.

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