O pacote do corte de gastos avançou na Câmara, mas até partidos aliados estão dificultando as ações do governo, que tem pressa. A aprovação por apenas três votos além do mínimo necessário acendeu o sinal amarelo no Planalto.
Depois de um dia inteiro de negociações, os pedidos de urgência para a votação rápida do pacote fiscal passagem, na noite desta quarta-feira (5), mas um deles teve o apoio de 260 deputados, sendo que o limite era 257.
O centrão rachou: com três ministros na Esplanada, o União Brasil foi o partido do bloco que menos ajudou o governo: entregou 44 votos contrários de uma bancada de 53 deputados. O PSD veio em segundo lugar, com 20 votos contrários dos 37 parlamentares.
Líderes da base levaram a situação aos articuladores do Planalto e fizeram um alerta: se o placar das urgências foi esse, a votação das propostas será dura. Mas a aposta é que o cenário vai mudar diante dos quase 8 bilhões de motivos.
Os R$ 7,8 bilhões das emendas dos deputados, normalmente direcionados a obras nos redutos eleitorais dos políticos, começam a ser liberados nesta sexta (5). O centrão recebeu a promessa de outros R$ 5 bi nos próximos 15 dias.
O Planalto aposta na aprovação, na próxima semana, do projeto que limita a 2,5% o aumento real do salário mínimo e das emendas dos parlamentares. O Congresso reclama das novas exigências feitas pelo Supremo para pagar os recursos.
A Advocacia Geral da União já pediu ao STF “reconsideração”, em uma demonstração de apoio ao legislativo.