CPI da Covid deve focar no gabinete paralelo suspeito de aconselhar Bolsonaro

Imagens mostram grupo de médicos organizados por Osmar Terra e o virologista Paolo Zanotto reunidos com o presidente

Da redação

A CPI da pandemia pretende focar, na semana que vem, no chamado gabinete paralelo que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro sobre o combate à pandemia.

Em um vídeo de vídeo de setembro de 2020, um grupo de médicos, organizado pelo deputado Osmar Terra, aparece reunido com Bolsonaro no Palácio do Planalto. O virologista Paolo Zanotto sugeriu que os profissionais ajudassem o presidente informalmente.

“A minha sugestão, até mandei mensagem para o executivo, mandei a carta para o Weintraub, para o Arthur. Talvez fosse importante se montar um grupo e a gente ajudar. Como se fosse um shadow board [uma comissão nas sombras], esses indivíduos não precisam ser expostos a popularidade”, diz Zanotto nas imagens.

Zanoto tambem pede a Bolsonaro "extremo cuidado" com a vacinação. Esse deve ser o principal assunto da CPI da pandemia na semana que vem. O senador Randolfe Rodrigues quer convocar Terra e Zanotto para dar explicações.

Pela internet, o relator da CPI, Renan Calheiros diz que, na reunião, Bolsonaro renegou a vacina. O senador chama o grupo de "ministério da doença".

Para o presidente da comissão, eram eles quem davam as cartas, e não o ex-ministro Eduardo Pazuello.

 “Uma das coisas que se diz ali é que não se deve comprar vacina, é uma pena. Poderíamos ter evitado milhares de mortes de vários brasileiros”, diz o presidente da comissão, o senador Omar Aziz.

Governistas afirmam que tudo não passa de barulho, alegam que o próprio governo divulgou a reunião, pois não tem nada a esconder. Tanto que o vídeo foi publicado nas redes sociais do presidente no dia do encontro. E as fotos foram publicadas pelo Planalto.

A suposta existência de um gabinete paralelo veio à tona no depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início dos trabalhos da comissão. Ele afirmou que o presidente tinha um "assessoramento paralelo", que o orientava em questões ligadas à Pandemia. Bolsonaro nega.

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