Senadores apresentaram pedidos de documentos e convocações para serem incluídos no plano de trabalho da CPI da covid. Nesta quinta-feira (29), a comissão vai definir o roteiro de investigação sobre as ações de enfrentamento da pandemia. As informações são do Jornal da Band.
Ao se colocar como alvo, o presidente Jair Bolsonaro cobrou que senadores investiguem governadores e prefeitos.
“CPI pra investigar o que? Eu dei dinheiro para os caras. O total foram mais de 700 bilhões de reais, auxilio emergencial no meio. Muitos roubaram dinheiro, desviaram. Agora vem uma CPI querendo investigar conduta minha. 'Se ele foi a favor da cloroquina ou não'. Pô, se eu tiver um novo vírus, eu vou tomar de novo, me safei em menos de 24 horas, assim como milhões de pessoas”, disse o presidente, novamente defendendo medicamentos sem uso comprovado pela ciência.
Porém, até agora, a CPI nem cogita chamar o presidente para depor. Já foram apresentados mais de 180 requerimentos. A maioria, pedidos de informações sobre investigações em andamento do Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral. Outros tratam de depoimentos contra e a favor de remédios sem eficácia comprovada contra a covid.
Os mais polêmicos pedem convocações e convites a ex-ministros da saúde. Luiz Henrique Mandetta deve ser o primeiro convocado, na próxima terça-feira. O plano de trabalho será votado nesta quinta.
Atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga já se colocou à disposição para depor.
“Se eles me convocam, eu vou lá discutir abertamente o que eu tenho feito no ministério”, garantiu.
Todo o primeiro escalão do ministério na gestão Pazuello também vai ser chamado. A maioria dos senadores descarta a necessidade, por enquanto, de ouvir o ministro da Economia, Paulo Guedes, para não causar turbulência no mercado.
Em entrevista à Rádio BandNews FM nesta quinta, o presidente da comissão disse que não vai permitir “show de senador, nem bronca em depoente”.
“Não será discurso, não será agressão, não será falta de respeito dos convidados. Ali não vai ser o tribunal de julgamento. Não será tribunal, não vamos pré-julgar ninguém. Nós vamos investigar, o relatório final literalmente tem de ser técnico”, cravou o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Senadores governistas pediram ao STF para impedir que parlamentares ligados a governadores continuem na comissão. O suplente Jader Barbalho é pai do governador do Pará, Renan Barbalho, enquanto o relator Renan Calheiros (MDB-AL), é pai de Renan Filho, de Alagoas. O caso está com o ministro Ricardo Lewandowski, e a tendência é que ele não interfira.