A crise da chinesa Evergrande afeta diretamente a indústria mineradora do Brasil.
A Evergrande é uma incorporadora que cresceu com o boom imobiliário na China, tem 200 mil empregados, e expandiu a atuação para outros ramos, como água mineral, carros elétricos e até time de futebol. Um movimento que exigiu muito crédito e a Evergrande acabou com mais débitos do que podia pagar.
A dívida está em torno de 300 bilhões de dólares – maior que o PIB de Portugal, por exemplo.
As notícias sobre um possível calote do segundo maior grupo chinês balançaram o mercado mundial. No Brasil, o impacto foi sentido, principalmente, nas empresas de metais e mineração, que podem ser afetadas com a redução na demanda pelos insumos.
“Hoje, dois terços do minério de ferro que é exportado do Brasil, o destino final é a China. Essas exportações tendem a cair, o que vai afetar o superávit brasileiro não para esse ano, mas para o ano que vem”, explicou Frederico Martino, professor de negócios e logística do Ibmec.
Outros países asiáticos, como o Japão e Índia, e países europeus surgem como solução para diminuir o impacto da crise da Evergrande.
Nesta quinta-feira (23), o governo chinês colocou R$ 100 bilhões no mercado, o que acalmou os mercados de capitais em todo o mundo. A medida foi tomada no dia do vencimento de uma dívida de 83 milhões de dólares da Evergrande.