Paulo Gonet Branco tomou posse, nesta segunda-feira (18), como procurador-geral da República (PGR). A partir de agora, cabe a ele propor investigações e processos contra autoridades com foro privilegiado, a exemplo do presidente da República. Na solenidade, a promessa foi de atuação técnica.
“No nosso agir técnico, não buscamos palco nem holofotes, mas, com destemor, havemos de ser fiéis e completos, ao que nos delega o constituinte e nos outorga o legislador democrático”, disse Gonet.
Gonet substitui Augusto Aras e herda casos como o inquérito do 8 de janeiro, tarefa que deve assumir com o número 2 da PGR, o subprocurador Hindemburgo Chateaubriand.
O indicado de Lula à PGR chega ao órgão com a missão de pacificar a relação entre os procuradores pró e contrários à “Lava Jato”. O novo chefe do ministério público é crítico dos métodos adotados durante a operação. Nos bastidores, prega um discurso conciliador.
Presente na posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a Lava Jato. Entre 2016 e 2020, o petista foi condenado e ficou um ano e sete meses preso. Os processos foram anulados em 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu, doutor Paulo, só queria te pedir uma coisa: o Ministério Público é uma instituição tão grande, que nenhum procurador tem o direito de brincar com ela. Que você só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça acima de quaisquer outros interesses”, disse Lula.
Perfil de Gonet
Nascido no Rio de Janeiro, Gonet é formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB), mestre em direitos humanos internacionais pela Universidade de Essex (Reino Unido) e doutor em direito pela UnB.
Membro do Ministério Público Federal desde 1987 e subprocurador-geral desde 2012, Gonet já exerceu diversos cargos de destaque na instituição. Atuou como diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) entre 2020 e 2021 e como vice-procurador-geral eleitoral, de julho de 2021 a setembro de 2023.