Nem a vela, que muita gente acende para pedir e agradecer, escapou do aumento de preços.
Em uma pequena fábrica da Grande São Paulo, se produz quatro toneladas de velas por mês. O proprietário diz que as vendas se mantém estáveis desde o início da pandemia. Mesmo assim, o preço da vela dobrou.
“E a gente não consegue repassar todos os aumentos de custo que tiveram no período [...] devido ao consumidor final estar sem dinheiro também”, lamenta José Ferreira de Souza Júnior, dono da fábrica.
No depósito onde fica a principal matéria-prima da vela, a parafina, que é um derivado do petróleo. O problema é que a produção nacional caiu muito e é preciso importar de outros países.
Nas caixas que vieram da China, o custo de transporte marítimo está embutido. Aí o preço final sobe.
O dólar em alta e o aumento do preço internacional do petróleo também deixam a parafina mais cara. A oferta no Brasil despencou quando a Petrobras suspendeu, no ano passado, a produção de parafina na refinaria Landulpho Alves, na Bahia. A boa notícia é que a unidade acaba de retomar as atividades, o que deve ajudar a reduzir o preço da vela.
Em outra loja, os proprietários conseguiram comprar parafina da Petrobras, com valor menor que a importada. E eles capricham na criatividade para produzir velas artesanais de todos os tipos.
“Consegui colocar um pedido, devo estar recebendo nos próximos dias, então isso já é um alívio muito grande, não só para mim, mas todo pessoal da indústria de vela, eu acredito que isso vai ajudar bastante”, celebra Carlos Vaz, dono do comércio.