Delegado ligado à esquema de propina no RJ tinha vida de luxo e bancou festa para policiais

MP investiga Maurício Demétrio, preso na última quarta com mais quatro policiais

Marcus Sadok, do Jornal da Band

O Ministério Público investiga Maurício Demétrio, preso na última quarta com mais quatro policiais no Rio de Janeiro por um esquema milionário de propina. Com uma vida de luxo e viagens para Miami, o agora delegado preso usou até o dinheiro da corrupção para bancar festa de fim de ano de policiais.

O grupo cobrava propina de comerciantes da Rua Teresa, tradicional ponto comercial de Petrópolis, na região serrana do RJ, para evitar as investigações contra produtos falsificados. Só que Demétrio era lotado justamente na delegacia que deveria combater esse crime.

Promotores revelaram imagens que seriam do flagrante de pagamento de propina. O MP também apura a atuação da quadrilha em outros locais.

A Justiça aceitou a denúncia do e todos os investigados se tornaram réus.

Testemunhas contaram aos investigadores que um dos recolhimentos de pagamentos indevidos chegou a pagar até a festa de final de ano dos policiais civis. Os promotores afirmam que Demétrio lucrou R$ 1,5 milhões em três anos com o esquema.

O delegado esteve em fevereiro num condomínio de luxo na costa verde fluminense.

Ele teria pago R$ 80 mil dinheiro vivo por dois meses de aluguel, e uma conta de R$ 35 mil em um bar. Viagens para Miami também estão entre os gastos incompatíveis com o salário de delegado.

Maurício Demétrio negou as acusações.

Ainda de acordo com o Ministério Público, o grupo criou operações falsas para obstruir a Justiça. Em uma delas, o delegado Marcelo Machado, que investigava a quadrilha, chegou a ser preso

Por mensagem, Demétrio fingiu ser funcionária de uma ONG e encomendou roupas que seriam apreendidas para incriminar Marcelo. A investigação concluiu que tudo não passou de uma armação.

E essa não foi a primeira polêmica envolvendo o nome de Demétrio. Em 2008, quando estava lotado na delegacia que investiga roubos de automóveis, ele acusou Álvaro Lins, ex-chefe de Polícia Civil e deputado federal cassado, de distribuir cargos nas delegacias em troca de conivência com o jogo ilegal em máquinas de caça-níqueis e da arrecadação de propina.

Mais notícias

Carregar mais