Deputados pró-governo conseguem adiar votação de projetos que limitam poderes do STF

Andamento das propostas que foram desengavetadas após a suspensão das 'emendas Pix' é considerado 'faca no pescoço do Supremo' pelo PT

Por Caiã Messina

Mesmo com clima tenso na Comissão de Constituição e Justiça, deputados governistas conseguiram a adiar na Câmara a votação de projetos que limitam poderes do Supremo Tribunal Federal. O projeto e outros contra o órgão, para o PT, é considerado a 'faca no pescoço do STF'. 

Os três projetos foram desengavetados após o STF suspender as 'emendas Pix' por falta de transparência. Deputados da base do governo fizeram de tudo para adiar a discussão. 

Patrus Ananias, deputado federal do PT por Minas Gerais, alega que os projetos não têm interesses legítimos. "Parlamentares certamente entendem que interesses nem sempre muito legítimos e nem sempre muito dignos estão sendo devidamente confrontados pelo poder judiciário e pela Suprema Corte", diz. 

Os oposicionistas ainda tentaram votar a proposta que proíbe que decisões monocráticas, individuais, dos ministros do STF suspendam leis ou atos dos presidentes da República, Câmara e Senado. 

PT, PSOL e PC do B pediram vista, mais tempo para analisar o assunto. A oposição trabalha para a votação ocorrer na quinta-feira (29), mas o governo quer deixar para segunda semana de setembro. A estratégia é ganhar tempo para melhorar o clima e buscar um acordo entre Planalto e Congresso para liberar emendas suspensas pelo STF. 

Em entrevista ao Canal Livre, o ministro Gilmar Mendes comentou sobre uma das ideias avaliadas. "Em relação a anular decisões do STF, acho que é uma má lembrança. Não faz o menor sentido esse tipo de apelo ou esse tipo de forma de diálogo", afirmou. 

Outra matéria é a que aumenta as possibilidades de processar ministros da Corte por crime de responsabilidade. Nenhum dos projetos deve ser votado nesta semana. 

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