Um desencontro de informações sobre o bolsa-família virou munição para a troca de ministros no governo, prevista para depois do carnaval. A Casa Civil desmentiu a informação dada pelo ministro Wellington Dias sobre um suposto estudo para aumentar o valor do programa.
A declaração foi dada em entrevista ao portal alemão e parceiro da Band, Deutsche Welle, e desagradou o ministério da Fazenda, que tenta reduzir gastos. A fala repercutiu mal no Planalto.
Segundo fontes do governo, o presidente Lula ligou irritado para o ministro cobrando explicações. Wellington Dias disse que se expressou mal, e que estava falando de um estudo sobre o impacto do preço dos alimentos.
O episódio aumentou a disputa pelo comando do Ministério do Desenvolvimento Social por nomes do Centrão, que deve ganhar mais espaço na Esplanada e dentro do próprio PT.
O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio foi oferecido ao senador Rodrigo Pacheco, do PSD. O PSB aceita a troca se o atual ministro, Geraldo Alckmin, acumular a vice-presidência com a Saúde, já que a Nísia Trindade está na “berlinda”.
A deputada Tabata Amaral, também do PSB, passou a ser cotada para a Ciência e Tecnologia, no lugar de Luciana Santos. Mas, para o PCdoB, aliado histórico do PT, não ficar sem lugar na cadeira, Luciana seria deslocada para o Ministério das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves.
O deputado Arthur Lira é um pedido da bancada ruralista para substituir Carlos Favaro na Agricultura, mas há resistência dentro do próprio governo ao nome do ex-presidente da Câmara.
A primeira troca deve ser de Marcio Macedo por Gleisi Hoffmann, na Secretaria Geral da presidência, mas só depois do carnaval. A mexida não afeta a base com o Centrão, mas mira na relação com os movimentos sociais para eleição de 2026.