Empresários investigados negam ter incentivados atos antidemocráticos

O foco da Polícia Federal agora é a perícia de celulares e computadores apreendidos. A operação em cinco estados teve como alvo casas e escritórios de oito empresários, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL)

Carolina Vilella

Os empresários que foram alvos de uma operação da Polícia Federal negam ter incentivado atos antidemocráticos em um grupo de Whatsapp. Todos eles estão com as contas bancárias e redes sociais bloqueadas.

O foco da Polícia Federal agora é a perícia de celulares e computadores apreendidos. A operação em cinco estados teve como alvo casas e escritórios de oito empresários, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Todos tiveram o sigilo bancário quebrado e as redes sociais bloqueadas. Eles são acusados de trocar mensagens em um grupo de WhatsApp atacando o Supremo Tribunal Federal e defendendo um golpe de estado, caso o ex-presidente Lula ganhe a eleição.

As investigações acontecem dentro do inquérito que investiga fake news e devem ser mantidas em sigilo pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Apesar do ministro ter o apoio público e institucional de colegas no supremo, uma ala defende que é preciso baixar o tom. Dentro do governo, o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que a operação contra os empresários beira o totalitarismo.

A ação também foi criticada pelo procurador-geral da República. Augusto Aras alega que só foi comunicado sobre a movimentação no mesmo dia. Alexandre de Moraes rebateu e apresentou documentos provando que assessores de aras tinham sido informados na véspera.

Em Minas Gerais, o presidente Jair Bolsonaro disse que tem contato com os empresários Luciano Hang e Meyer Nigri e para criticar a operação, ironizou os signatários da carta em defesa do estado democrático de direito.

Os empresários investigados negam ter defendido qualquer tipo de ato antidemocrático. Luciano Hang, da Havan, divulgou uma foto atribuindo o bloqueio das redes sociais dele a um ato de censura. José Koury do Barra World Shopping disse que sempre foi defensor da democracia e da liberdade de expressão e de pensamento e que qualquer candidato eleito terá o seu apoio. 

Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu, Meyer Joseph Nigri da Tecnisa e Ivan Wrobel da W3 Engenharia também negaram ter defendido um golpe de estado.

Marco Aurélio Raymundo da Mormaii se colocou à disposição das autoridades para esclarecimentos. Já a assessoria da Sierra, empresa de Luiz André Tissot disse que não vai se manifestar. José Isaac Peres da Multiplan não quis comentar as acusações.

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