No potinho de creme, se misturavam ingredientes vindos de várias partes do mundo. Mas o encarecimento da matéria-prima importada, principalmente da Ásia e Oriente Médio, obrigou as fábricas de cosméticos a buscar substitutos.
“Nós encontramos alternativas com fornecedores locais aqui da América do Sul e principalmente do Brasil, para que seja suprida essa necessidade das matérias-primas” disse Mauro Oliveira, gerente de projetos de uma dessas fábricas.
Dólar alto, frete caro, pandemia e conflitos internacionais. Tudo isso atrapalhou o fornecimento de insumos importados. Metalúrgicas, por exemplo, sofreram com a alta do aço.
“Uma das principais ligas que faz parte do aço inoxidável é o níquel, no qual a principal produtora é a Rússia e devido aos problemas de sanções com a Guerra da Ucrânia, aumentou muito o preço do níquel lá fora” afirmou Willy Andersen, sócio-diretor da Danflow.
O alívio está vindo aos poucos, com menos empresas sofrendo com a falta de materiais. Como o preço do aço caiu e se estabilizou, as peças que se produzem aqui estão mais baratas, por isso as vendas aumentaram. Isso ajuda a diminuir o estoque da fábrica, que está bem alto.
Depois de quatro meses de elevação, a produção industrial brasileira caiu em setembro, indicando uma instabilidade no ramo. A preocupação com custo e fornecimento de matéria-prima está menor, mas o setor ainda reclama dos impostos e dos juros altos.
“Os juros elevados acabam penalizando muitas atividades econômicas no que diz respeito ao desestímulo a novos empreendimentos e novos projetos. As expectativas, apesar de moderadas, de menos otimistas, elas permanecem no campo Positivo né, para os próximos meses” comentou a economista da CNI, Larissa Nocko.