Representantes de várias religiões celebraram nesta sexta-feira (10) em São Paulo os 73 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o centenário de Dom Paulo Evaristo Arns.
Religioso franciscano, arcebispo e cardeal de São Paulo, Dom Paulo escreveu o nome na história com outro título: defensor dos direitos humanos, em uma época de perseguições e torturas.
“Dizia ele, citando Santo Agostinho, que tinha duas filhas. Uma era a indignação contra a injustiça. A outra filha era a coragem que dava força para a gente agir contra a indignação”, lembra Antonio Funari Filho, presidente da Comissão de Justiça e Paz.
Dom Paulo coordenou o projeto Brasil: Nunca Mais, importante registro de violações de direitos humanos durante a ditatura militar (1964-1985). Além disso, aproximou a igreja dos mais pobres. Em 1985, celebrou na Catedral da Sé, em São Paulo, o histórico ato ecumênico lembrando o jornalista Vladimir Herzog, morto pelo regime militar.
“Se ele estivesse vivo, certamente estaria fazendo a defesa de todas as religiões, porque aquilo que nos move não é o caminho em si, mas o final”, afirmou a iaô Alessandra Gabriel, representante candomblecista no evento.
Essa é uma história de resistência à ditatura no Brasil, de luta para levar os direitos humanos à formulação da Constituição de 1988. Uma história de ontem, que ainda se faz necessária nos dias de hoje.
O evento lembrou as mais de 600 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Uma árvore foi plantada no Parque da Juventude para homenagear defensores dos direitos humanos que morreram na pandemia.