A inflação oficial caiu em agosto. Foi a primeira deflação desde junho do ano passado: 0,02% negativo. O resultado foi puxado pela conta de luz e pelos alimentos. E justamente os dois itens que deram alívio no mês passado devem pressionar a inflação com o agravamento da seca.
O IPCA de agosto foi influenciado principalmente pelos alimentos. Foi o segundo mês seguido de queda considerando os produtos comprados para a alimentação em casa, como a batata inglesa com 19,04% de queda; tomate -16,89%; e cebola (-16,85%).
Os alimentos foram beneficiados pelo clima favorável de meses passados, que facilitaram a colheita.
No lado das altas, destacam-se o mamão, com alta de 17,58%; a banana-prata 11,37%; e o café moído, que subiu 3,70%.
Outro fator que ajudou na deflação foi a conta de luz, que estava com bandeira amarela em julho e passou para verde em agosto. Foi um alívio momentâneo antes da decisão de adotar a bandeira vermelha neste mês. O impacto da cobrança adicional deve aparecer a partir dos próximos levantamentos do IBGE.
“A energia está sofrendo uma variação, ou vai sofrer uma variação a partir do uso das termoelétricas, em função da diminuição dos reservatórios. Boa parte do Brasil está sob um regime de falta de chuvas e os alimentos também têm sofrido com esse quadro climático… o que já provoca o aumento de alguns itens de alimentação", explicou o economista Carlos Eduardo Costa, ao Jornal da Band.