Entenda como ficam as relações econômicas entre Brasil e EUA na nova era de Trump

No ano passado, deu empate na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos

Filipe Peixoto

No ano passado, deu empate na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos. Nós exportamos para os americanos US$ 40 bilhões em produtos, e importamos deles praticamente o mesmo valor. Esse equilíbrio é bom para os dois lados, e faz com que Donald Trump não enxergue a economia brasileira como um obstáculo a ser enfrentado. 

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. Ferro, aço, petróleo bruto e avião são os produtos brasileiros mais vendidos para os americanos. Por outro lado, o Brasil compra, principalmente, hidrocarbonetos, que são matéria prima de combustíveis, motores e máquinas, aviões, defensivos agrícolas e medicamentos. 

Se Donald Trump aumentar a taxação de importados, para proteger empresas americanas, setores brasileiros, como o do aço, poderão sentir os impactos, mas não é prejuízo certo. 

“Você tem um diálogo estabelecido ao longo desses anos entre o setor privado americano e o setor privado brasileiro, então mesmo que politicamente não se avance, muitas vezes se avança nas relações entre os atores que estão no dia-a-dia do comercio, do investimento”, explicou a professora de Relações Internacionais da ESPM, Denilde Holzhacker.

Em entrevista ao Canal Livre, o professor de Relações Internacionais, Sidney Leite, lembrou que o Brasil ganharia mais se a indústria se modernizasse.

“A nossa capacidade Industrial ela foi perdendo fôlego nas últimas décadas está e o Brasil hoje produz muito pouco algo que os americanos consomem bastante que são produtos com valor agregado”, disse. 

A principal preocupação do novo presidente americano é a China, que vende para o mundo muito mais do que compra. Mas, no meio dessa guerra comercial, o Brasil também pode se beneficiar, principalmente exportando o que a gente mais produz: alimentos. 

“É aquela coisa, vocês brigam, então paro de comprar de você e compro do Brasil. Então, o Brasil pode se beneficiar nesse sentido, como se beneficiou no primeiro governo Trump. Então, é importante que o governo esteja absolutamente atento a essa guerra comercial”, disse o professor da economia do Insper, Roberto Dumas. 

O Brasil é um importante mercado para essas big techs. Em termos de comunicação, são grandes no Brasil. O Brasil tem um volume de pessoas envolvidas e que participam, que estão o tempo todo engajadas nas reduções, mas também de publicidade. 

E também empresas e brasileiras que fazem publicidade, setores que hoje ganham na venda online e passam por todo o comércio digital. Elas também têm interesses econômicos em um país como o Brasil. E isso também vai entrar na pauta de negociação. Por isso o governo brasileiro tem aí uma capacidade de negociação frente a essas empresas.

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