Entidade de auditores fiscais pede fiscalização do Pix para combater crimes

Unafisco sugere a volta da medida após a "reformulação da comunicação do governo", corrigindo a informação de que o Pix seria taxado

Por Caiã Messina

Entidade de auditores fiscais pede fiscalização do Pix para combater crimes
Entidade de auditores fiscais pede fiscalização do Pix para combater crimes
Agência Brasil

Uma das bases do crime organizado está longe das ruas, do confronto com outras facções ou com a polícia. A lavagem de dinheiro permite que quadrilhas deem ares de legalidade às atividades criminosas. Segundo a Associação dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), o Pix é uma das modalidades que mais usadas para isso.

A Unafisco criticou, nesta terça-feira (21), o recuo do governo sobre a movimentação de mais de R$ 5 mil após uma onda de notícias falsas. A Receita já tem acesso aos dados de bancos tradicionais e cooperativas. As novidades seriam bancos digitais. Auditores afirmam que doleiros e traficantes se aproveitam da brecha.

“Há linhas de investigação mostrando que há organizações criminosas criando instituições de pagamento, sabendo, então, que elas fogem desse controle da Receita Federal. Sabendo que poderão fazer a lavagem de dinheiro, tão importante para o crime organizado, vão poder lavar o dinheiro, sem estar no radar da Receita Federal”, explicou Mauro Silva, presidente da Unafisco.

A entidade sugere a volta da medida após a "reformulação da comunicação do governo", corrigindo a informação de que o Pix seria taxado.

Por outro lado, pelos lados do Palácio do Planalto, a chance é zero. Ministros afirmam, nos bastidores, que "anunciar mudanças no Pix, agora, depois da onda de fake news, é suicídio político". Inclusive, governo editou uma medida provisória para deixar claro que nada será alterado na modalidade.

Além da lavagem de dinheiro, bandidos usam a boa-fé da população. Um relatório da ACI Worldwide, empresa americana de tecnologia de pagamentos, aponta que, só no ano passado, golpes on-line, no Brasil, renderam mais de R$ 2 bilhões aos criminosos. O Pix foi, segundo o estudo, o canal preferido dos golpistas.

O valor das fraudes envolvendo a modalidade pode mais que quintuplicar até 2028. O estudo também ressalta que, apesar das brechas, o Pix é seguro e contribuiu para a inclusão financeira no Brasil.

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