O Jornal da Band mostrou, nesta segunda-feira (14), o treinamento de brasileiros pagos para lutar na guerra da Ucrânia. Exércitos montados com civis contratados por grupos ou por grandes empresas têm sido cada vez mais comuns nas guerras no mundo todo.
Congo, Haiti, Venezuela... esses países têm algo em comum. Há empresas montadas para recrutar para esses exércitos privados. A maior parte das empresas está nos Estados Unidos. Só nas guerras do Afeganistão e do Iraque, o departamento de defesa americano chegou a gastar mais de US$ 1 trilhão com as contratações.
“Eles estão hoje em dia mais ainda populares por motivo simples, nenhum governo quer mostrar que seus soldados voltam dentro de sacos pretos. Os mercenários morrem e não tem para onde mandar. tá? São enterrados no local”, explicou Moisés Rabinovici.
Na Rússia, um dos grupos mais conhecidos de mercenários é a organização paramilitar Wagner, que atuava em missões secretas na guerra na Ucrânia, e acabou promovendo um motim fracassado contra o Kremlim. O líder do grupo Yevgeny Prigojin, morreu em um acidente aéreo envolto de dúvidas em agosto de 2023.
Atualmente, mais de 20 mil combatentes estrangeiros estão lutando na Ucrânia. Entre eles, cerca de 300 brasileiros que se alistaram para o combate ao lado do exército ucraniano. São homens de 20 a 50 anos, que passaram por um treinamento especial e recebem salários que vão de US$ 500 a US$ 4 mil.
No Jornal da Band desta segunda-feira (14), a nossa equipe conversou com Alex, instrutor de tiro, que vive no país há dez anos e comanda um dos pelotões.
“Olha, eu vou além da questão financeira. Eu vou pela questão moral, pela questão ética”, disse.
Repórter: Alex, por que que você prefere não mostrar o rosto?
Alex: É por uma questão de segurança, né? A gente trabalha para as forças especiais aqui da Ucrânia e inimigos existem em várias partes do mundo, né?
Alex conta que viveu muitas situações tensas durante a guerra, mas não tem medo de ir para o front.
Alex: no começo da guerra em Kiev, onde a gente não sabia quem era quem. Era muita confusão. Os russos já estavam infiltrados aqui dentro da Ucrânia (...) muitas vezes eu pensei que eu ia morrer, onde a gente começou a ser bombardeado.
Repórter: você tem medo? As pessoas que estão aqui ao teu redor têm medo?
Alex: Vocês tem medo? Não tem medo. Você tem medo, Alex? Não, não tenho medo. A única coisa que eu tenho medo é a mão de Deus. Nada mais.