Cartas escritas por Getúlio Vargas são mostradas ao público pela primeira vez. Documentos históricos de um dos personagens mais importantes da nossa história. As 25 cartas foram escritas com caneta tinteiro, máquina de escrever e a próprio punho por Getúlio Vargas.
A maioria delas foi endereçada a Protásio Vargas, irmão do então presidente, entre os anos 1931 e 1946. Entre todas as cartas, 23 são inéditas. O acervo foi doado por um anônimo ao Museu Cônego Hugo, em Porto Alegre, em 2020.
O material paasou por uma série de análises para identificar fraudes. “A tomografia das cartas, a pesagem das cartas, a análise do período, do contexto, do cenário foram escritas, tudo isso garante autenticidade”, explica Fabiana Ciocheta Mazuco, diretora do museu.
O estudo dos documentos históricos durou cerca de dois anos. Como são cartas do início do século passado, os pesquisadores tiveram que transcrever o material. Todo o conteúdo é acessado digitalmente por um código.
Nas mensagens há referências à solidão, depressão, além da prisão de Luís Carlos Prestes e a preocupação de Getúlio com o comunismo.
“A preocupação dele foi tirar todos os elementos e movimentos revolucionários que impediam a visão que ele tinha do Brasil, de um Brasil conforme nós vemos na história”, afirma Edison Hüttner, historiador da PUC-RS.
Getúlio também fala sobre a ofensiva liderada por seus familiares contra um jornalista na fronteira da Argentina. O episódio deixou três mortos.
Também fazem parte da exposição objetos pessoais do presidente, como um chapéu e uma caixa de charutos.