A queda do avião em São Paulo pode ter sido provocada por falhas em uma manutenção que terminou horas antes do voo. Especialistas ressaltam a habilidade do piloto ao tentar pousar em uma avenida e diminuir o tamanho da tragédia.
A queda ocorreu minutos após a decolagem. O avião chegou à altitude de quase 800 metros e começou a cair. A câmera frontal do ônibus atingido mostra que ele balança no momento da queda do avião e os passageiros gritam.
“Aparentemente, teve uma curva do avião um pouco antes da queda, dois segundos antes. Isso poderia ter sido uma tentativa de desviar da quantidade de edifícios que estaria à esquerda”, disse João Virgilio, engenheiro especialista em tráfego aéreo ao Jornal da Band.
“As chances são muito pequenas, mas é tarefa do piloto tentar até o último segundo fazer um pouso e salvar vidas. Nesse sentido, o piloto conseguiu reduzir o número de fatalidades, porque ele desviou de veículos o tanto quanto foi possível”, explicou Gerardo Portela, especialista em gestão de risco e segurança.
A remoção dos destroços terminou no meio tarde, e a avenida foi liberada. O avião de pequeno porte não tem caixa-preta, um dispositivo dos aviões grandes, comerciais, que registra tudo o que acontece durante o voo. Então os peritos precisam analisar outros elementos, como o que restou do avião, as marcas do impacto e o histórico de manutenção, para tentar descobrir a causa do acidente.
O avião era um King Air F90, fabricado em 1981 e com capacidade para oito pessoas. Este documento da Anac mostra que a aeronave prefixo PS-FEM foi comprada em dezembro por uma empresa do advogado Marcelo Carpena, que morreu no acidente.
O registro aponta que certificado de verificação de aeronavegabilidade estava dentro da validade e com situação normal, ou seja, as manutenções obrigatórias estavam em dia.
Porém, fontes consultadas pelo Jornal da Band apontam que o avião estava há pelo menos uma semana em manutenção na oficina mecânica da empresa Marte Updates, que tem um hangar dentro do aeroporto campo de Marte. A aeronave estava com um problema no motor.
Entramos em contato com a empresa, mas eles se recusaram a falar.
“Em teoria, não era para acontecer por causa de uma manutenção, muito pelo contrário. Mas se houve uma falha, isso precisa ser investigado”, completou Portela.