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Familiares e admiradores se despedem de indigenista Bruno Pereira, morto no AM

Bruno foi morto juntamente com o jornalista britânico Dom Phillips

Da Redação

Familiares e admiradores se despedem de indigenista Bruno Pereira, morto no AM
Familiares e admiradores se despedem de indigenista Bruno Pereira, morto no AM
Anderson Stevens/Sport Club do Recife

O corpo indigenista Bruno Pereira, 41, morto na terra indígena do Vale do Javari, no Amazonas, foi velado e cremado nesta sexta-feira (24). A cerimônia foi marcada pela presença da família e lideranças indígenas.  

Os indígenas cantaram e dançaram na despedida ao indigenista brasileiro no Cemitério e Crematório Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco.

Natural de Recife, Bruno Pereira deixou Pernambuco, em meados dos anos 2000, para seguir o sonho de trabalhar na Amazônia. Ele reconhecidamente defensor das causas indígenas. Casado com a antropóloga Beatriz Matos, o indigenista deixa três filhos.

O indigenista era considerado uma referência por colegas e para todos os povos indígenas, com os quais construiu uma relação de amizade ao longo dos anos. O ativista também foi coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Atalaia do Norte e era “experiente e profundo conhecedor da região". Em 2016, o servidor deixou o cargo.

Em 2018, se tornou coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai, chefiando a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos.

Bruno e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, faziam uma viagem pelo Vale do Javari, quando foram rendidos e mortos. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).  

O corpo jornalista chegou ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira (23). Dom Phillips será velado e cremado no Cemitério Parque da Colina, no domingo (26), entre 9h e o meio-dia, também no horário de Brasília.

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF) liberou os corpos de Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira às respectivas famílias. Mesmo com a libaração dos corpos, os trabalhos de perícia continuam no Instituto Nacional de Criminalística, concentrados na análise de vestígios diversos.  

Investigação

As mortes de Dom e Bruno foram confirmadas em 15 de junho, após o primeiro suspeito, Amarildo da Costa, o "Pelado", confessar o crime à Polícia Federal. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho, segundo União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).  

Segundo as investigações, Dom e Bruno foram rendidos e mortos após registrarem a prática de pesca ilegal de pirarucu na região. Os corpos foram decepados, esquartejados, queimados e depois jogados em uma vala.  

Ainda naquela quarta-feira, após a indicação do local da ocultação dos corpos, "remanescentes humanos" foram encontrados pelas equipes de buscas.  Os restos dos corpos chegaram a Brasília na quinta (16), onde foram periciados. Na noite quarta-feira (22), a PF confirmou que os corpos encontrados são de dom Phillips.  

A perícia apontou ainda que Dom Phillips morreu com um tiro no peito disparado por uma arma de caça. Já Bruno Pereira recebeu dois tiros, no tórax abdômen e outro na cabeça. No domingo (19), a embarcação usada por Dom e Bruno durante a viagem ao Vale do Javari foi encontrada no Amazonas.  

Até o momento, a Polícia Federal confirmou que quatro pessoas estão presas suspeitas pelo envolvimento nas mortes de Dom e Bruno. Veja, na galeria abaixo, quem são os detidos. 

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