O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito que os dois primeiros anos do governo foram para ajustar a máquina pública e que, agora, será o momento de colher bons resultados. Diante da queda nos índices de aprovação para o pior patamar já registrado nos três mandatos, o petista tem pressa.
Em apenas dois meses, o índice despencou 11 pontos. Em dezembro do ano passado, a aprovação de Lula era de 35%. Agora, está em 24. O número de eleitores que reprovam o governo também é recorde. Subiu de 34% para 41%.
A estratégia, ainda neste início de ano, é apostar em medidas que atendam as camadas mais pobres da população e também a classe média. É o caso da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O projeto está sendo finalizado pelo Ministério da Fazenda.
Outra proposta engatilhada é o consignado para trabalhadores da iniciativa privada, que deve ser lançado em março. Quem tem carteira assinada poderá consultar as melhores taxas de juros numa plataforma do governo e escolher a melhor opção. Os bancos poderão fazer a análise pelo portal do eSocial. Como garantia, em caso de demissão, é cogitado o uso de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Nesta semana, o Ministério da Saúde incluiu mais dois itens na lista de gratuidade do “Farmácia Popular: dapagliflozina, utilizado para o tratamento de diabetes, e fraldas geriátricas. Agora, 41 produtos do programa são fornecidos, sem custo, à população de baixa renda.
Lula também confirmou o lançamento do programa “Gás para Todos”. O governo arcará com os custos para distribuir o produto de graça aos mais pobres. A previsão é que mais de 20 milhões de famílias sejam beneficiadas. A iniciativa deve ser lançada em abril. O risco, segundo especialistas, é o aumento os gastos públicos.
“A gente já tem um problema fiscal que vem aí. Se não houver alguma medida de contenção ou compensação, essa libertação gratuita do gás vai impactar os índices inflacionários”, avaliou o professor de gestão de riscos Gabriel Melo.