Tragédias humanas vão se empilhando na guerra em Israel. Bairros inteiros varridos do mapa e traumas que serão difíceis de serem superados. Barulhos de bombas, de ambulâncias e gritos são a trilha sonora dos últimos 26 dias. Em outra marca triste dessa guerra, já são mais de 10.000 mortos - quase 9 mil palestinos.
Pelo segundo dia consecutivo, o campo de refugiados de Jabalya foi bombardeado. Essa é a área mais populosa de uma das regiões com maior densidade demográfica do mundo. Qualquer ação militar aqui, significa muito risco de matar civis que se espremem em vielas, casas de alvenaria e pequenos edifícios.
Israel se justifica afirmando que o local é também um centro de controle onde soldados do Hamas possuem vários pontos de operação. Só que para cada inimigo morto, muitos outros inocentes também perdem a vida. Pessoas desesperadas usam as próprias mãos para escavar os escombros na tentativa de encontrar alguém com vida.
Enquanto isso, Israel continua avançando no território de Gaza e os combates em solo se intensificam. Também há registros de drones soltando bombas em soldados israelenses e foguetes sendo lançados de barricadas.
Israel afirmou que 15 soldados já foram mortos desde ontem. Por outro lado, diz que desde o dia 7 de outubro, já destruiu 11 mil pontos de operação do Hamas. Essas batalhas campais se concentram mais ao norte do enclave palestino. A estratégia é cercar toda essa região, onde se concentra a maioria dos integrantes do Hamas.
Fronteira com Egito é aberta
Em um dos poucos avanços humanitários dessa guerra até aqui, a fronteira de Rafah, no sul de Gaza, foi aberta nessa quarta-feira para a saída de alguns feridos em estado grave e a fuga estrangeiros. Brasileiros não conseguiram deixar ainda a região.
Desde a manhã, muitas pessoas já se aglomeravam em frente aos portões. Famílias inteiras tentando fugir de bombardeios constantes, da fome e da falta do básico para sobreviver. 335 cidadãos estrangeiros conseguiram deixar Gaza hoje - mais de 6 mil ainda continuam por lá.
Ambulâncias também entravam para resgatar os feridos de hospitais que estão à beira do colapso. Quase 80 foram socorridos nessa primeira fase de abertura do corredor humanitário.
Hospitais de campanha também foram montados no Egito. Essas tendas vão poder dar um mínimo de suporte aos tantos feridos. É um pequeno passo de uma longa caminhada para ajudar toda essa gente.