Histórico da Lava-Jato: Sérgio Cabral foi o último réu a ter a prisão revogada

Maioria na Segunda Turma do STF revogou a prisão preventiva de Sérgio Cabral em decorrência da Lava-Jato

Da redação

O ex-governador do Rio de janeiro Sérgio Cabral era o único réu da Operação Lava-Jato que não ainda não havia tido a prisão revogada ou substituída por outras medidas cautelares. Na noite da última sexta-feira (16), um voto do ministro Gilmar Mendes, da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu a revogação da prisão preventiva do político.

O ex-governador acumulou cinco mandados de prisão em 37 ações penais, a maioria relacionada às investigações da Lava-Jato.

Histórico da Lava-Jato

A operação foi coordenada por uma força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). A ação revelou um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina a agentes públicos nos contratos de empreiteiras com estatais, a exemplo da Petrobras e nas obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas Rio 2016, ambas no Brasil.

Entre agentes públicos e pessoas físicas, quase duzentas denúncias foram apresentadas. Executivos das maiores construtoras do Brasil, como a Odebrecht, chegaram a ser presos.

“Quando o MP, a força-tarefa da Lava-Jato, principalmente em Curitiba e no Rio de Janeiro, começaram a fazer esses acordos, a AGU não aceitava ou o TCU não aceitava. Então, uma entidade que, substancialmente, prestava serviço para o poder público ficava, do dia para a noite, com a pena inidoneidade e impedida de ter novas receitas. Com isso, a punição ia para o empregado”, explicou Antonio Carlos Amaral, professor de direito.

Por outro lado, a falta de coordenação entre o MPF e órgãos de controle culminou com a penalização das empresas. Acordos em que as construtoras se comprometiam a ajudar nas investigações, em troca de redução nas punições, saíram muito rigorosos.

Perdas devido à Lava-Jato

Em setembro deste ano, o Jornal da Band obteve acesso, com exclusividade, a um relatório do Sindicato da Indústria da Construção Pesada que dá uma ideia da dimensão das perdas. Veja abaixo:

a partir de 2014, o país deixou de arrecadar R$ 20 bilhões em impostos anuais;

quase 500 empresas foram fechadas; e

mais de um 1,3 milhão de postos de trabalho foram perdidos.

“A Lava-Jato, como modelo de combate à corrupção, como técnica de combate à corrupção, se manifestou, operou de maneira irresponsável, porque não distinguiu a empresa do empresário”, pontuou o advogado Walfrido Warde.

14 mil obras paralisadas

Com as empresas fragilizadas, com dívidas bilionárias e sem acesso a linhas de financiamento, o Tribunal de Contas da União (TCU) estima que mais de 14 mil obras financiadas com recursos federais estejam paralisadas no país.

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