Jornal da Band

Importação de arroz pode desestimular plantio da próxima safra, avalia setor

Governo federal afirma que decidiu importar arroz para evitar especulação de preços depois das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul

Da redação

O preço do arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) será tabelado. O quilo será vendido a R$ 4. A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) criticou a compra internacional pelo governo federal.

“É uma medida desnecessária, do ponto de vista de abastecimento, e uma medida que pode desregular o mercado, uma vez que vai aviltar os preços praticados e pode vir a desestimular o produtor com relação ao plantio da próxima safra”, avaliou Andressa Silva, diretora-executiva da Abiarroz. 

A portaria publicada autoriza a Conab a comprar 300 mil toneladas de arroz, podendo gastar até R$ 1,7 bilhão com a importação do alimento. O produto terá um rótulo do governo federal.

“O arroz vai chegar com a embalagem com o preço destinado porque tem uma subvenção do governo. O governo está fazendo isso para controlar o exagero de preço, a especulação financeira, de 30 a 40% em trinta dias. Não é concebível uma situação como essa. Ele deve chegar às gôndolas dos supermercados, eu acredito, a partir de 30, 40 dias”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Frente parlamentar alega propaganda

O uso da marca do governo federal na embalagem do arroz é classificado como propaganda e abuso de poder político pela Frente Parlamentar da Agricultura. Em resposta, o presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou a necessidade da iniciativa.  

“É necessário colocar uma embalagem especial porque esse arroz já está determinado. É uma decisão do governo de que não será vendido ao consumidor por mais de R$ 4 o quilo”, pontuou Pretto.

O arroz importado será destinado a pequenos varejistas e mercados. A Conab deve estabelecer um limite máximo de venda por comprador e por consumidor.

Governo quer evitar especulação

O governo afirma que optou por importar o produto para evitar especulação de preços depois das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 60% da produção nacional de arroz. Por outro lado, segundo produtores, a decisão foi precipitada, já que cerca de 90% da safra foi colhida antes das chuvas.

Nas prateleiras, já houve reflexo. Entre os dias 25 de abril e 28 de maio, o valor médio do pacote de 5 kg de arroz, do tipo 1, subiu de R$ 22,90 para r$ 25,49, uma alta de 11,31%.

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