Inflação supera os 10%, e economistas esperam por reformas

Índice teve alta de 10,25% nos últimos 12 meses

Caiã Messina, do Jornal da Band

O que o governo pode fazer para segurar a inflação que passou dos 10%?

O índice voltou aos dois dígitos. É a maior inflação para o mês de setembro desde o lançamento do Plano Real, acumulando 10,25% nos últimos 12 meses.

Trata-se de um problema que afeta não apenas os hábitos dos consumidores, como também a avalição do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ministro dizem, em conversas reservadas, que estão preocupados com o impacto dos preços nos índices de popularidade do governo – que costumam cair quando a inflação dispara.

Oficialmente, no entanto, o discurso é outro. A investidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (8) que a alta da inflação é um problema global.

“Em todo o mundo, a inflação está subindo. Países que costumavam ter inflação zero, agora estão tendo 5%. Então, é totalmente compreensível que países que tinham 4% ou 5% agora estejam chegando aos 8% ou 9%”, comparou.

A equipe econômica não tem muitas armas para derrubar a inflação rapidamente. Os juros, que seguram o consumo, já estão subindo. Turbulências políticas e o dólar alto pressionam os preços de alimentos e combustíveis.

Para o economista Cesar Bergo, o governo poderia ter feito mais. “Falhou muito na questão de estoque regulador, com relação a combustíveis. Isso acabou, de alguma forma, levando a esse cenário que nós estamos vivendo hoje de crise nas finanças públicas”, analisou.

Entre os economistas, há uma quase unanimidade: soluções duradouras exigem reformas, como a tributária e a administrativa, além de investimentos na infraestrutura.

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