Investigação aponta criminoso Dom como contato de Lucinha na milícia no RJ

A PF investiga a parlamentar como o braço político da milícia

Por Marcus Sadok

Investigação aponta criminoso Dom como contato de Lucinha na milícia no RJ
Lucinha é investigada por envolvimento com a Milícia
Reprodução/Alerj

O miliciano Domício Barbosa de Souza, o Dom, é apontado pelas investigações do ministério público e da polícia federal como o operador financeiro da maior milícia do rio, o "bonde do Zinho".

O criminoso seria o principal contato do bando com a deputada estadual afastada Lucinha, do PSD. Chamada pelos milicianos de madrinha, ela chegou a dizer para dom que estava com saudade dele.

A PF investiga a parlamentar como o braço político da milícia. Lucinha teria pedido encontros com Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefão do bonde que segue foragido. O jornalismo da Band teve acesso a denúncia do ministério público do rio e ao relatório da pf. 

Em conversas com a irmã, que parece estar preocupada com algum fato, dom responde que "está fluindo, pois teve reunião com outra pessoa integrante "do governo", que teria sido bem orientado, inclusive sem aparecer".

Em outra conversa, o miliciano diz para a irmã ficar tranquila depois de receber um link sobre uma reportagem de uma operação contra milícia.  Dom afirma que foi avisado 12 horas antes da ação policial. "Tá todo mundo avisado desde ontem".

Os investigadores também encontraram planilhas de pagamentos de propina a policiais corruptos. Mensagens entre dois milicianos evidenciam um esquema de corrupção permitindo a criação de uma rede de proteção para a milícia do Zinho. As mensagens indicam pagamentos semanais de até 500 reais para a polícia. 

Um relatório da inteligência da polícia civil afirma que dom e o irmão teriam sido mortos a mando do chefe da milícia, Zinho, por falta de transparência na aplicação dos recursos do bando. Os corpos dos milicianos que eram laranjas do grupo jamais foram encontrados.

Imagens da investigação mostram o material de campanha da deputada afastada Lucinha na área controlada pelo grupo. Em períodos eleitorais, apenas candidatos autorizados pelos criminosos conseguem fazer propaganda nos redutos.

Nesta semana, a polícia federal prendeu cinco milicianos do bonde do Zinho e apreendeu cerca de 148 mil reais e duas armas na casa de Lucinha. Mandados de busca foram cumpridos também no gabinete da parlamentar, na assembleia legislativa do Rio.

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