Guarujá, litoral de São Paulo. A cidade é um dos principais pontos estratégicos do PCC para o envio de cocaína pelo Porto de Santos para a Europa. E é na política do município que uma investigação do Ministério Público e Polícia Civil aponta que o PCC está infiltrada.
O relatório dos órgãos mostram que o PCC se estabeleceu na prefeitura e na Câmara Municipal do Guarujá. No documento, os policiais dizem que a cidade foi 'sequestrada' pelo crime organizado.
Ao menos três vereadores, incluindo o presidente da Câmara, Juninho Eroso (Progressistas), foram alvos de busca e apreensão no início do mês. Na operação, que investiga fraudes em licitações que teriam beneficiado empresas ligadas ao PCC, ao menos oito contratos da prefeitura e da Câmara podem ter sido fraudados. Os valores ultrapassam R$ 80 milhões.
No centro das investigações estão contratos fechados pela prefeitura e pela Câmara Municipal com empresas ligadas a Cristiano Lopes Costa, o 'Meia Folha', um dos chefes do PCC e assassinado durante um racha na facção.
Os contratos envolvem a prestação de serviços de limpeza e o aluguel de impressoras. Os vereadores são suspeitos de direcionar as licitações em troca de propina, o chamado 'mensalinho'. Os contratos públicos serviam para lavar dinheiro do tráfico de drogas, segundo a investigação.
Um dos contratos investigados é sobre a transmissão de sessões da TV da Câmara. O principal beneficiário seria o traficante Caio Fé da Silva, conhecido como 'Maradona'.