
Além de ter sido um dos piores ataques terroristas da história do Irã, o episódio é carregado de simbolismo. Foi um duro golpe no dia em que uma multidão se reuniu para marcar os quatro anos da morte do ex-general Qassem Soleimani, considerado um herói nacional e morto por um ataque a drone americano no Iraque.
Líderes iranianos estão furiosos e prometem revanche. No funeral de algumas vítimas que aconteceu nesta sexta-feira (5), o presidente, Ebrahim Raisi, garantiu a retaliação, além de afirmar que acredita no fim do estado de Israel após a guerra com o Hamas.
Já o chefe do exército, Hossein Salamani, afirmou que as mortes são resultadas de derrotas sofridas pelo Ocidente nos últimos anos. Hoje, foram presos suspeitos de envolvimento no atentado de quarta-feira (3) que matou 84 pessoas.
Apesar do Estado Islâmico ter assumido a autoria, lideranças do Irã se mostram desconfiadas de que Israel ou Estados Unidos possam ter tido alguma participação. O grupo jihadista, até agora, não divulgou as motivações para o atentado nem provas da autoria.
No Iraque, dois dias depois dos Estados Unidos matarem um líder de um grupo pró-Irã em Bagdá, uma base americana na cidade de Al Harir sofreu um ataque com drones.
O Irã é considerado a segunda potência militar do Oriente Médio, atrás apenas da Arábia Saudita. Além disso, o país tem alguns aliados importantes que costumam se antagonizar ao Ocidente.
A relação com a Rússia se estreitou desde o início da guerra com a Ucrânia. O governo iraniano forneceu diversos armamentos a Moscou, sobretudo drones. Em 2021, o Irã assinou um contrato de cooperação e estratégia de 25 anos com a China.