Quadrilhas de criminosos vestidos de policiais roubam no principal centro de venda de roupas em São Paulo, na região do Brás. O alvo são carregamentos que chegam à capital do interior e de outros estados. A maior parte são produtos piratas de marcas famosas.
Em um vídeo obtido pela Band, assim que o motorista para a van no estacionamento, um carro branco com giroflex chega. Dentro dele, quatro homens que se identificam como policiais civis.
Armado, um deles rende o motorista, que é feito refém. Outro desce com uma maleta na mão. É o chamado jammer, aparelho para inibir sinal de rastreador.
A vítima acabou solta cinco horas depois na zona leste da capital paulista. Os ladrões levaram 130 caixas de roupas produzidas no Paraná e que seriam distribuídas no Brás, bairro conhecido pela venda desse tipo de produto. Logo as mercadorias passaram a ser oferecidas em grupos de WhatsApp.
Uma pessoa que também já foi vítima da quadrilha confirma a existência de uma rede de receptadores. "Eles tomam a mercadoria e vendem para algum comerciante lá, que revende. Eles têm já para quem vender”, disse.
Na terça-feira (18), uma outra carga com destino ao Brás foi roubada no interior de São Paulo, por quatro bandidos que também se identificaram como policiais civis. O motorista, um idoso, foi agredido com socos e coronhadas.
Um homem, que também pediu para não ser identificado, diz que os constantes roubos preocupam quem trabalha no setor. "Hoje em dia não está dando mais para diferenciar se é polícia civil ou se não é. porque os caras se identificam como polícia civil para nós."
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) garante que os assaltantes são falsos policiais e informa que um deles já foi preso.
A maior parte dos produtos roubados é de roupas falsificadas que abastecem o mercado ilegal. Nesta quinta-feira (20), a Receita Federal fez uma operação para combater a pirataria no Brás.