A decisão de Simone Tebet de apoiar Lula no segundo turno foi mais rápida que a definição do destino dela no próximo governo. Hoje, o futuro ministro das relações institucionais Alexandre Padilha, confirmou que a senadora aceitou assumir o planejamento.
"O presidente considerou o ministério do planejamento pela importância que tem, papel importante de acompanhamento das ações do governo de participar do comitê gestor de programas prioritários do governo coordenados pela casa civil, considerou que a senadora Simone Tebet é um nome adequado para isso, fez o convite e recebeu uma sinalização positiva por parte dela" disse Padilha.
Segundo interlocutores, Tebet ficou satisfeita com esse desfecho. Havia dúvidas se o ministro da fazenda não seria um obstáculo, mas Fernando Haddad deu sinal verde à indicação, apesar de ter defendido que o cargo fosse ocupado por um ex-governador.
Além de organizar o orçamento e traçar metas, a futura ministra fará parte de conselhos de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. Tebet vai fazer parte também do comitê de gestão do PPI, programa que toca concessões e privatizações. Mas o presidente eleito já adiantou que nenhuma estatal será vendida.
Resolvida a questão em torno da senadora, Lula segue nas negociações para finalizar a equipe ministerial. Nesses entendimentos, é possível que o MDB fique com três cargos, uma vez que a senadora é considerada pelo partido como sendo da cota pessoal do presidente. Além do planejamento, a legenda deverá ficar com transportes e cidades.
Também falta acomodar o PSD, de Gilberto Kassab, e o União Brasil, além de partidos como PDT, Solidariedade, PV e Avante. A expectativa é que o anúncio da equipe completa seja feito até quinta-feira (27).
No setor militar, ficou definido que o comandante do exército vai passar o cargo ao sucessor Júlio César Arruda ainda nesta semana. Ele assume como interino e será efetivado depois da posse. A ideia é evitar um vácuo de poder na corporação. Na aeronáutica, a passagem de comando será no dia 2 e a marinha ainda não definiu uma data.
“Nós tomaremos posse ás 3h da tarde. Da meia noite às 3 horas da tarde, alguém tem que assumir a responsabilidade. Os comandados serão os mesmos. Eu estarei na transmissão, no dia 30, às 10h30. O general Freire vai sair e vai entregar interinamente a quem vai comandar definitivamente por 12 horas depois. Então é uma coisa absolutamente tranquila, sem o menor problema, não há viés político, viés de intranquilidade" afirmou José Múcio Monteiro, futuro ministro da Defesa.