Lula critica Ibama pela demora em autorizar pesquisas na Margem Equatorial: "lenga-lenga"

No Ibama, especialistas reconhecem que a autorização para o estudo deve sair até o fim de março

Túlio Amâncio

O presidente Lula subiu o tom nas críticas ao Ibama pela demora em autorizar a Petrobras a pesquisar petróleo no litoral do Amapá. No Ibama, especialistas reconhecem que a autorização para o estudo deve sair até o fim de março. 

A Margem Equatorial vai do Rio Grande do Norte até o Amapá. A área, de cerca de 2,2 km de extensão apresenta um potencial petrolífero que vem sendo chamado de “novo pré-sal”, A estimativa da Petrobras é de 20 bilhões de barris. 

No entanto, o Ibama ainda não emitiu a licença ambiental para estudo alegando risco à natureza. Em entrevista a uma rádio de Macapá, Lula cobrou agilidade. 

“Se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que a gente não pode ficar é nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo. A petrobras é uma empresa responsável e tem a maior experiência de exploração de petróleo em águas profundas e vamos cumprir todos os ritos necessários para que a gente não cause nenhum estrago na natureza", disse.

O presidente da autarquia, Rodrigo Agostinho, afirmou que não será por pressão do presidente, mas um aval técnico. 

A Petrobras espera concluir, no próximo mês, uma exigência do Ibama: o segundo centro de reabilitação e despetrolização de fauna, no Oiapoque, extremo norte do Amapá, e já fez treinamentos preventivos de resgate e transporte de animais que possam ser atingidos pelo óleo. 

A licença do Ibama é para autorizar a perfuração de um primeiro poço para estudar a viabilidade econômica da área. O plano é ampliar a avaliação para outros poços em até dois anos. 

No Canal Livre, a presidente da Petrobras falou sobre a Margem Equatorial e a importância dessas reservas para a transição energética. 

“A gente fala o seguinte: se nós deixarmos de fazer o que estamos fazendo aqui e formos usar petróleo e combustíveis de outra parte do mundo, o planeta vai ficar mais sujo e o país vai ficar mais pobre”, disse Magda Chambriard. 

Desde 2015, a vizinha Guiana passa por um boom econômico após a descoberta de petróleo bruto por uma empresa americana. A exploração na Margem Equatorial fez com que o PIB por pessoa no país quintuplicasse em 10 anos, podendo chegar ao maior do mundo até 2028. 

Os seis estados brasileiros que receberiam royalities esperam aumentar as receitas e transformar a realidade das regiões, com mais emprego e renda. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é do Amapá, encabeça a pressão no Legislativo e já discutiu o assunto com Lula. 

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