O presidente Lula começou a despachar, nesta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto. Na sexta-feira (6), ele comanda a primeira reunião ministerial, em que deverá cobrar projetos de aplicação rápida para o início do governo.
Lula se reuniu com o ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, para deixar claro o protagonismo de quem foi escalado para conversar com o Congresso em nome do governo.
Na relação com a Câmara, a ideia é oferecer ao Republicanos um cargo na mesa diretora da Casa. O partido conta com 40 deputados e tem forte interlocução com lideranças evangélicas.
O cálculo feito no Planalto é chegar a meados de fevereiro com uma base de pelo menos 315 das 513 cadeiras. O número é mais do que o suficiente para aprovar mudanças na constituição.
O presidente quer também ações: na primeira reunião ministerial, nesta sexta, vai pedir à equipe que priorize projetos de execução rápida para início nos primeiros 45 dias de governo.
Fernando Haddad, por exemplo, vai apresentar um plano para uma redução de mais de R$ 200 bilhões no déficit público e pretende mostrar ao mercado compromisso com as contas.
O ministro da Fazenda tem esbarrado na pressão do Congresso para promover o aguardado ajuste fiscal. Parlamentares governistas defendem ampliar por pelo menos seis meses a desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis. Haddad, no entanto, não está disposto a ceder: aposta na chegada de Jean Paul Prates à presidência da Petrobras para ajudar a manter os preços estáveis.
Em outra frente para os investidores, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, negou a revisão de reformas como a da Previdência. Carlos Lupi, da Previdência, havia dito que a intenção era derrubar pontos da reforma nas aposentadorias.
Até o fim do mês, Lula planeja uma viagem a um estado brasileiro que ainda não foi escolhido. Depois, segue para a Argentina, e na volta, vai realizar a primeira reunião com governadores. Todos os 27 serão convidados.