Em meio às dificuldades para aprovar os projetos prioritários do governo no Congresso, o presidente Lula disse que precisa conversar com quem não gosta dele.
Das três medidas provisórias que deixaram de valer nesta sexta (2), a que o Planalto tinha mais interesse e não conseguiu salvar foi a que criava o chamado voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais.
Em caso de empate em julgamentos do Carf, o governo seria favorecido. Atualmente, o empate beneficia o cidadão ou empresa acusada de sonegação.
A medida foi substituída por um projeto de lei e é considerada importante para viabilizar o novo regime fiscal. A equipe econômica estima um aumento de R$ 59 bilhões na arrecadação com decisões pró-União.
Durante um evento na Grande São Paulo, Lula reconheceu o risco que o governo correu de perder a MP que reestrutura a Esplanada e mantém os atuais 37 ministérios. Ela só foi aprovada depois de muita negociação e a liberação de R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares no último dia do prazo.
“Você ganha uma eleição e depois você precisa passar o tempo inteiro conversando para ver se você consegue aprovar alguma coisa. E aí, você não tem que procurar o amigo, não tem que procurar o Vicentino que já é voto nosso, você tem que conversar com quem não gosta da gente, tem que conversar com quem não votou na gente”, disse Lula
O Planalto tem outros desafios pela frente, que é aprovar o regime fiscal no Senado, onde a proposta começa a ser analisada em 12 de junho.
Se houver mudanças no texto, o projeto terá que voltar para votação dos deputados. E também a reforma tributária, que está sendo analisada num grupo de trabalho da Câmara.