O presidente Lula reagiu à decisão dos Estados Unidos, que anunciou tarifas recíprocas a países que cobrarem taxas de importação de produtos americanos. O setor de etanol brasileiro também se posicionou.
Lula subiu o tom, em entrevista a uma rádio do Pará, e prometeu “reação” se os produtos brasileiros forem sobretaxados pelos Estados Unidos.
"Se taxar o aço brasileiro nós vamos reagir comercialmente. Ou vamos denunciar na Organização do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse Lula.
O tom de Lula é diferente do adotado pelo Itamaraty e do Ministério da Indústria e comércio, que falam em “diálogo e convencimento” nas negociações. Diplomatas afirmaram, nos bastidores, que o recado do presidente foi mais para o ‘público interno’ do que para os americanos.
A taxação de 25% sobre o aço, ferro e alumínio brasileiros deve entrar em vigor em março. Uma possibilidade é negociar a volta das cotas de importação, implementadas no primeiro mandato de Trump.
O discurso no Brics também é cauteloso. Horas antes da declaração de Trump de que “o bloco morreu”, os países divulgaram um comunicado em que definiram como “crucial” a capacidade de resolver conflitos por meio da diplomacia,
Os Estados Unidos também podem subir as alíquotas de outro item importante para a balança comercial brasileira: o etanol, que é importado com imposto de 2,5%. Já o produto americano chega aqui com 18%. Ou seja, se as taxas forem igualadas, o etanol do Brasil vai ficar 7 vezes mais caro por lá.
"O etanol brasileiro é uma solução para a descarbonização nos Estados Unidos. Com uma eventual taxação, isso vai significar justamente um acrescimo no preço para essas soluções ambientais para estados especialmente como a Califórnia”, explicou o presidente da ÚNICA, Evandro Gussi, ao Jornal da Band.