As universidades são as instituições federais onde mais ocorrem denúncias de assédio sexual. Apenas no âmbito federal, em 2024, foram 1.142 denúncias. Dos 10 locais com maior número de queixas, seis eram universidades. Os dados foram disponibilizados pela CGU e correspondem ao ano de 2024.
Pelo menos 7 em cada 10 denúncias possuíram os requisitos mínimos para análise, como ter informações suficientes sobre o caso, e foram encaminhadas para apuração.
A maior parte das denúncias no ambiente acadêmico é de assédio praticado por professores contra alunas. Mas, entre as vítimas, também estão professoras e funcionárias das instituições.
“Cada vez mais, as mulheres mais jovens estão se dispondo mais a não aceitar, a enfrentar, as condutas inadequadas, que antes eram naturalizadas e invisibilizadas. É importante denunciar, mas as denúncias precisam ser apuradas e responsabilizadas”, Mayra Cotta, advogada
Pode ser em uma conversa, muitas vezes em tom de brincadeira. O Jornal da Band teve acesso a mensagens, de teor sexual, enviadas de um professor para uma aluna, que avisa: “espero que você esteja consciente de bobagens que está escrevendo”.
O caso aconteceu na Universidade Estadual do Piauí. A instituição abriu sindicância para apurar o caso. Outro professor foi demitido do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná. Uma aluna também mostrou mensagens e áudios enviados pelo docente.
“Isso acontece também nas universidades privadas. Mas as públicas são os primeiros lugares que estão acolhendo os casos, por isso estão aparecendo”, explicou Heloisa Albuquerque de Almeida, coordenadora da Rede Não Cala USP.