Segundo um mapeamento realizado pela Polícia Militar, mais de 90% dos fuzis apreendidos no Rio de Janeiro em 2023 foram fabricados em outros países. Pelo menos 199 fuzis foram fabricados nos Estados Unidos e outros 194 não tinham marca, ou seja, entraram no Brasil desmontados.
As maiores apreensões de fuzis realizadas por policiais militares ao longo de 2023 ocorreram nas áreas do estado onde há disputa por território travada por facções criminosas rivais. A PM retirou quase 500 fuzis das mãos de criminosos. Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, foi uma das regiões com o maior número de fuzis apreendidos.
Outra região com grande número de fuzis apreendidos é a zona norte da cidade, onde ficam os complexos do Chapadão e da Pedreira. Área disputada por traficantes rivais, o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro.
Desde a década de 80 os fuzis possuem um papel importante na disputa e controle de territórios das facções. Nos últimos 40 anos a quantidade do armamento cresceu dentro das facções.
Segundo Roberto Uchôa, conselheiro Fórum Bras. Segurança Pública, as armas são montadas fora do Brasil ou trazidas para dentro do país pelas estradas.
“Essas armas têm sido trazidas desmontadas, muitas vezes com peças genéricas, que dificultam o rastreamento da origem para serem montadas na sua origem, ou seja, em um país próximo ao Brasil como Paraguai, onde essas armas são remontadas, e trazidas por meio de estradas para o território nacional ou então para serem montadas dentro do Brasil”, disse.
