Jornal da Band

Ministério Público abre inquérito para investigar caso da 123 Milhas

Empresa de viagens tem 15 dias para responder questionamentos do órgão

Da redação

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito pra investigar a 123 milhas, empresa que suspendeu pacotes de viagens flexíveis de milhares de clientes pelo Brasil. Agora, a empresa de viagens tem 15 dias para responder questionamentos do órgão sobre a ocorrência. 

A empresa deve informar quantos pedidos de reembolso foram solicitados, quantas reclamações foram recebidas e providências adotadas e acordos feitos. Além disso, o MP pediu a informação de quantos consumidores entraram com ações na Justiça contra a empresa. 

O MP quer saber também se houve cancelamento de voos e hospedagens por falta de repasse às companhias aéreas e hoteleiras. Sobre as decisões judiciais, R$ 44 mil da empresa foram bloqueados à pedido da Justiça para reembolso da compra de cinco passagens por um cliente. 

A 123 Milhas também terá que emitir passagens de outro cliente sob pena de multa diária de R$ 300. 

Entenda o caso

A suspensão da venda de pacotes flexíveis pela 123 Milhas gerou mais uma crise no setor turístico. A decisão vale para viagens contratadas da linha "Promo", de datas flexíveis, com embarques previstos de setembro a dezembro. A Pasta diz que já acionou o Ministério da Justiça.

No comunicado enviado a clientes, a 123 Milhas afirma que o cancelamento ocorreu “devido à persistência de circunstâncias adversar imprevistas no mercado Também na oferta de voos que estão além do controle da empresa”. A 123 Milhas promete a devolução integral do valor, mas por meio de vouchers, acrescido de correção monetária de 150% do CDI ao mês e diz ainda que os vouchers poderão ser usados em até 36 meses.

Vale a pena se arriscar por pacotes flexíveis?

A suspensão da venda de pacotes flexíveis pela 123 Milhas gerou mais uma crise no setor turístico. Nos pacotes flexíveis, a agência define a data do embarque, a companhia aérea e o hotel em que o cliente vai se hospedar. Por isso, os preços são mais baratos. Em maio, a comercialização de pacotes do tipo pela Hurb também foi vetada, após a empresa não honrar com viagens vendidas. 

“Você consegue em datas específicas, temporadas específicas, é lógico que você consegue viajar barato ou menos caro em alguns casos. Mas pacotes pra réveillon estavam anunciando passagens para os Estados Unidos por mil e quinhentos reais em dez vezes sem juros”, explica Geraldo Rocha, presidente da ABAV de Paraná. 

Este tipo de pacote não é ilegal, mas especialistas avaliam como um risco. Um hotel em Curitiba evita reservas de pacotes flexíveis. “Essas empresas efetuam o pagamento após a hospedagem do cliente, é uma situação bem difícil que a hotelaria tem que lidar”, explica o gerente Diego Vezaro. 

A dica para quem quer viajar gastando pouco é pesquisar passagens e comprar com antecedência em agências cadastradas pelo governo. Dividir hospedagens e escolher datas fora de temporada também são opções para conseguir preços mais baixos.

"É só não ir atrás dessas ofertas mirabolantes. Senão você cai mesmo. Tem que ficar atento e novamente eu sempre defendo: vão em uma agência de viagem, principalmente as filiadas à ABAV que são conceituadas, são sérias e respondem, se responsabilizam por seus atos", explica Geraldo Rocha.

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