O Ministério Público do Rio Grande do Sul vai tentar reverter a anulação do júri da Boate Kiss. E enviou um pedido para que o ministro Luiz Fux, do STF, analise o caso e mantenha os quatros acusados presos.
Entre a condenação e a anulação do júri popular, os acusados da tragédia da boate Kiss ficaram menos de oitos meses atrás das grades.
Os empresários Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, que eram sócios da casa noturna, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, auxiliar do grupo musical, foram soltos na noite desta quarta-feira (3).
A decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que acatou recursos das defesas por irregularidades no julgamento, revoltou familiares das vítimas.
A promotoria entendeu que o TJ não poderia ter determinado a soltura dos quatro devido a uma decisão do ministro Luiz Fux, que mandou prendê-los após o julgamento realizado em dezembro do ano passado.
O Ministério Público já confirmou que serão apresentados recursos contra a decisão do Tribunal de Justiça ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Relembre o caso
No dia 27 de janeiro de 2013, a casa noturna recebia várias atrações. Dentre elas, o show da banda Gurizada Fandangueira.
Durante a apresentação do grupo, um dos integrantes acendeu um sinalizador, artefato pirotécnico que fazia parte da performance, que entrou em contato com a espuma que revestia o ambiente e causou o fogo.
Segundo relatos de sobreviventes e dos réus, as pessoas presentes na boate tentaram sair pela única saída, mas foram impedidas pelos seguranças, que acreditavam que a movimentação se tratava de uma briga.
De acordo com o laudo médico, a causa da morte dos jovens foi a aspiração de cianeto, substância tóxica que estava presente na espuma de isolamento acústico.