Jornal da Band

Moradores de rua morrem após consumirem álcool de posto adulterado com metanol

Moradores de rua passaram a morrer intoxicados depois de comprarem álcool em postos de combustíveis para o consumo

Da redação

Um produto químico altamente tóxico, usado para adulterar gasolina e etanol, é vendido nos postos do Brasil. Trata-se do metanol, um líquido inflamável que provocou a morte de moradores de rua no interior de São Paulo. Os óbitos chamaram atenção das autoridades, que investigam.

O metanol é um álcool usado como matéria-prima nas indústrias química e farmacêutica. Até 2006, também era usado como combustível oficial da Fórumula Indy. A substância foi abolida da competição depois de provocar uma série de graves explosões.

No Brasil, o uso do metanol em combustíveis é proibido, mas a lei não é sempre respeitada. Em Campinas, o tema veio à tona de uma maneira inesperada, quando moradores de rua passaram a morrer intoxicados depois de comprarem álcool em postos de combustíveis para o consumo.

A pobreza e a abstinência alcoólica estão entre os motivos para essa situação perigosa, porém comum pelas ruas do Brasil.

“O nosso corpo transforma o metanol em ácido fórmico. Ele produz, no corpo, uma situação que a gente chama de acidose, que é uma acidez maior no organismo. O sangue circula mais ácido e isso vai lesar todos os órgãos que a gente tem no corpo, principalmente os órgãos vitais, como o rim, os pulmões, o coração”, explicou o toxicologista Eduardo De Capitani.

A fraude nos postos é motivada pelo lucro, já que o metanol é mais barato. Quem explica é o Emílio Martins, presidente do sindicato que representa do setor dos derivados de petróleo em Campinas (Recap).

“A margem do posto de gasolina hoje é R$ 0,4, R$ 0,3. Aquele cara que está praticando isso aí está ganhando R$ 1,5, R$ 1,7 no litro do combustível”, disse Martins.

A fiscalização trabalha para combater essas fraudes. Na última semana, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) apreendeu 863 mil litros de metanol no Porto de Paranaguá, no Paraná. Tudo seria usado para adulterar combustível em postos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e Sergipe.

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