Uma mulher deu à luz o primeiro bebê nascido de um útero transplantado na Inglaterra. A mãe recebeu o órgão da irmã mais velha e já pensa no segundo filho. A bebê nasceu saudável e carrega dois nomes: Amy Isabel. O primeiro, uma homenagem à tia. E o segundo, à cirurgiã que fez o transplante.
A mãe, Grace, nasceu sem útero, mas com ovários saudáveis, uma condição rara. Em 2023, ela passou por um transplante de útero doado pela própria irmã, de 42 anos, e mãe de dois filhos. Uma cirurgia que durou 17 horas e custou cerca de R$ 110 mil.
“Não é uma cirurgia para todo mundo, mas é uma esperança para boa parte”, disse o cirurgião.
O resultado veio rápido. Grace engravidou na primeira tentativa de fertilização in vitro. Durante toda a gestação, ela tomou imunossupressores para evitar a rejeição do órgão.
Depois de tentar o segundo filho, o útero será removido para que Grace pare de tomar os imunossupressores. Esses remédios a longo prazo aumentam o risco de câncer.
Foi na Suécia, em 2014, que nasceu o primeiro bebê após um transplante de útero – um marco que abriu caminho para a medicina reprodutiva em todo o planeta. Desde então, cerca de 130 transplantes foram realizados e mais de 65 bebês nasceram graças a essa técnica complexa.
A cirurgia é feita em mais de uma dezena de países. Entre eles, Estados Unidos, China, França, Alemanha e Brasil.
Inclusive, o primeiro bebê gerado em um útero transplantado de uma doadora com morte cerebral aconteceu em São Paulo, em 2017. Um feito da equipe de ginecologia do Hospital das Clínicas.